terça-feira, 21 de agosto de 2012





Um moço e uma moça. Destino, acaso, conspiração ou desejo, se olham num dia pequeno que parecia não dar em nada. De pequeno, fica grande nesse encontro de olhares. Alguma coisa nele reconhece alguma coisa nela, semelhanças que os prende nesse olhar. É só mais um menino. Nada de especial. Cabeça, tronco e membros, um pouco de cabelo, pêlos e aquele seu jeito de olhar. A menina é só mais uma menina. Enfeitada de cabelos compridos como um véu. O que os aproximou? Vem de dentro. Não tem explicação. A paixão nasce de uma química interior, uma química que reconhece a mistura de cheiro, pele, ritmo, batimentos e reconhecimentos. As dessemelhanças, essas, somem do campo de visão. É a armadilha da paixão. O amor no meio disso? O amor é quando esses dois seres comuns que se descobrem num dia pequeno resolvem que desejam  aquilo. Anseiam, até. Então, eles trocam telefone, e-mail e todos esses trelêlês cibernéticos sociais, e passam a se buscar porque querem sentir o amor. Só que o amor não é coisa que se toca. Não se retèm. Nem se controla. Nem se estabelece. Amor é como as estrelas do céu: se você as quer ver, todo santo dia você tem que olhar pro céu. O amor, seria conseguir ver um céu naquele menino. Ver um céu naquela menina. E seguir junto desbravando esse caminho de estrelas. Sem medo de tempestades.  Lembram das dessemelhanças? São as chuvas, as tempestades, as não concordâncias, o breu de uma camada poluente que vão embassando o olhar. Daí vai-se perdendo o foco, desviando o olhar, você não quer ver o cinza, você quer o esplendor do azul,  quer o céu e tudo que o outro te mostra nesse ponto, são as nuvens. Conseguirão ver a beleza das nuvens? Uns sim, outros, não. Tá tudo certo! todo mundo quer o céu azul de estrelas brilhando por dentro. A paixão revela. O amor, é quando há resistência. Fé, esperança, teimosia, determinação, é quando duas pessoas decidem que é por aquela janela que o céu é mais bonito. É naquele azul que se quer mergulhar. O amor é o céu que se vê no outro, é o azul que a gente nunca cansa de buscar, é a certeza de que as estrelas sempre estarão lá. Nem que chova canivete.

Viva os caçadores de estrelas!





Be Lins





*Daqui. Fico encantada toda vez que visito ;)








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