quinta-feira, 29 de março de 2012

 
 
 
 
Porque nosso mal é este: pensar demais. Nós, as reconhecidas como sensíveis e afetivas, somos, na verdade máquinas cerebrais. Alucinadamente cerebrais. Capazes de surtar com qualquer coisa, desde as mínimas até as muito mínimas. Somos mulheres que nunca estão à toa na vida, vendo a banda passar, e sim atoladas em indagações, tentando solucionar questões intricadas, de olho sempre na hora seguinte, no dia seguinte, planejando, estruturando, tentando se desfazer dos problemas, sempre na ativa, sempre atentas, sempre alertas, escoteiras 24 horas. Nascemos doidas. 
Por isso somos tão interessantes, é verdade.



Martha Medeiros
















Então ela acendeu um incenso. Botou Chico pra tocar, como é de costume, e desviou todos os pensamentos impuros, viajando pra bem longe do lugar que fica a torre de comando da dona tristeza.

E ficou alegre outra vez. Desse remédio ela toma uma dose por dia.

 
 
 
 
Cris Carvalho









quarta-feira, 28 de março de 2012


 
 
Faz de conta que tudo que ela tinha não era de faz de conta.

 
 
Clarice Lispector
 
 
 
 
 

































Tudo que é dito é relativo
menos o silêncio, que não é dito
e por isso mesmo, ultrapassa entendimentos.



Be Lins












Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.





Clarice Lispector












sábado, 24 de março de 2012




Quando nos apaixonamos, poça d’água é chafariz.



Chico Buarque











Se você adora uma certeza, fique longe desse tipo movediço de campo de sedução atulhado de descargas elétricas de ilusão e difusão semântica; onde um olhar, um sorriso, um gesto, uma palavra podem representar mil coisas além de apenas um olhar, um sorriso, um gesto, uma palavra. Você pode também acabar confundindo-se, escancarando intenções estúpidas e incomodando vizinhanças.

 
Gabito Nunes









terça-feira, 20 de março de 2012






- Ah, bem. Essa moça era meio doida, não era?
-Doida por que guri?
-Ih, esse negócio de beijar retrato é só doido que faz!
Ela explicava sorrindo - um sorriso diferente daquele que costumava sorrir:
-Não, gurizinho. Quando a gente gosta mesmo duma pessoa, a gente faz essas coisas. 
Calou um momento, depois acrescentou:
- Faz até pior...



Caio F. Abreu




















A felicidade
Morava tão vizinha
Que, de tolo
Até pensei que fosse minha...


Chico Buarque











sábado, 17 de março de 2012

Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa...





No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma idéia) foi perda de tempo.
Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade pro fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início. Que o pensamento é uma aventura sem igual. Que é preciso abrir a nossa caixa preta de vez em quando, apesar do medo do que vamos encontrar lá dentro. Que maduro é aquele que mata no peito as vertigens e os espantos.
No meio, a gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato. Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam – o difícil é saber previamente quais. Que subir na vida é algo para se fazer sem pressa. Que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante. Que Veneza, Mykonos, Bali e Patagônia são lugares excitantes, mas que incrível mesmo é se sentir feliz dentro da própria casa. Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte.
No meio, a gente descobre que reconhecer um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Que é muito narcisista ficar se consumindo consigo próprio. Que todas as escolhas geram dúvida, todas. Que depois de lutar pelo direito de ser diferente, chega a bendita hora de se permitir a indiferença. Que adultos se divertem muito mais do que os adolescentes. Que uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.
No meio, a gente descobre que precisa guardar a senha não apenas do banco e da caixa postal, mas a senha que nos revela a nós mesmos. Que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável. Que as mesmas coisas que nos exibem também nos escondem, que tocar na dor do outro exige delicadeza.   
Que o plantio é uma opção, mas a colheita é obrigatória.





Martha Medeiros











sexta-feira, 16 de março de 2012





Ou é idiota ou é feio.
E isso resume toda a vida existencial de uma mulher solteira.




Tati Bernardi













Acabei de catar umas horinhas bem fresquinhas:
-Bora lá, desfrutá-las comigo?



Be Lins







Encontrei aqui   ;)










quinta-feira, 15 de março de 2012





A gente emenda o carinho na paixão e quando vê já deu em amor.



Camila Costa













Ah, se eu pudesse não caía na tua conversa mole outra vez.




Chico Buarque










terça-feira, 13 de março de 2012


Afinal, vamos ser sinceros! Cheiro é cheiro, beijo é gosto, pele é química e eu não vou saber se te quero porque sua imagem de 480 pixels me deixou de boca aberta. 
Ah, não mesmo! Eu quero te provar. LITERALMENTE. Palavra por palavra. Beijo por beijo. 
Frase por frase.
Ao vivo e a cores.


Fernanda Mello






segunda-feira, 12 de março de 2012




E tento me vestir sem carregar a esperança, de esbarrar com você por ai...







Tati Bernardi







Atualize seu conto de fadas ...




Sua vida atual não é bem o conto de fadas que você sonhou? Seu príncipe encantado não passa de um tremendo sapão, seu sapatinho de cristal foi comprado na última liquidação e o felizes para sempre mais parece um filme de horror? 
Eu sei como é, minha querida. Você sente que escolheu a história errada e muitas vezes gostaria de ser a Bela Adormecida e ficar só tirando um cochilo de boa enquanto o Sr. Príncipe não vem. Mas infelizmente (ou felizmente), para viver nosso conto de fadas diário, é preciso estar muito bem acordada. Não tem outro jeito.
As vezes o tal príncipe encantado já está na vida da gente. É um rapaz bonito, educado e trabalhador. Um cara do bem, sério, honesto, íntegro e com valores morais edificantes, mas com único e imperdoável defeitinho de fábrica: ele é um completo zero à esquerda na cama. Certinho demais! Do tipo que só falta dizer as palavrinhas mágicas na hora H: por favorobrigado e com licença. Ah não, pode esquecer! Desse jeito também não dá! Haja Cinderela que aguente!
No fundo, acho que toda mulher deseja um homem que seja uma mistura de caçador (que a salve, defenda, proteja) com lobo mau (tentador, que a devore, que a tire do bom caminho e que a estimule a cometer loucuras). Gentil, amigo, amável, romântico, cavalheiro... ai, ai! São tantas as características irreais que a gente já teimou em desejar num reles mortal que ninguém faz ideia!
Pode confessar. Garanto que você, como eu, já fez aquelas listinhas ridículas de tudo que "ele" deveria ter, ou seja, as qualidades surrealistas do homem da sua vida. Eu sei, não eram exigências. Eram apenas um norte, algo para os nossos desejos terem em que se basear na busca incansável de nossa alma gêmea. 
Mas a gente muda. Hoje vejo as coisas de um modo diferente e a experiência de vida realmente traz muitas vantagens, mas também nos faz encarar os fatos com menos cabeça nas nuvens e mais pés no chão. As vezes parece até que perdemos mesmo a capacidade de sonhar, de fantasiar e de se iludir novamente.
Chega uma hora fatídica na vida de toda mulher em que ela olha para os homens e enxerga nada mais nada menos do que eles são, do que está verdadeiramente ali. Por mais que o camarada nos mostre céus e terra, nos conte mundos e fundos, a gente é dotada da capacidade de olhar por trás da carapaça e dá de cara com quem ele é e não com quem ele quer que você acredite que ele seja. É como se os víssemos nus por trás da boa roupa, do perfume gostoso, da lábia toda que manda pra cima da gente.
Pra ser bem sincera, ainda não decidi se isso é mesmo muito bom ou terrivelmente ruim. Tem horas, em que eu queria conseguir me iludir mais, poder sonhar e romantizar de novo, acreditar no amor homem-mulher outra vez, adormecer nos braços de um homem e acordar encantada, me apaixonar perdidamente, delirar.
É. O tempo passa e as princesas ficam cada vez mais espertas, independentes, inteligentes e modernetes. Trabalhamos dia e noite, vivemos do nosso próprio dinheiro, dirigimos nós mesmas a carruagem. Fada madrinha nenhuma nos arruma vestido e sapatinho de cristal pra ir na balada. Somos nós mesmas que compramos nosso modelito na Renner e pagamos em suaves prestações junto com o scarpin escolhido pra night. A festa também não acaba mais à meia noite, aliás, é geralmente só depois da 1h30m que ela começa a esquentar.
O príncipe encantado de hoje em dia não precisa ser lindo de morrer, ter abdômen sarado ou olhos azuis. O que dizer então do castelo e do título de nobreza?! A nobreza que realmente importa é a nobreza de sentimentos, de alma, enfim, a nobreza de caráter do cara pálida. Essa sim, é essencial, imprescindível, insubstituível.
Charme, bom humor, educação, simplicidade, humildade, saber ouvir, ser generoso, fiel ao que sente e pensa, ser capaz de conquistar não apenas com as palavras, mas muito mais com as atitudes, os gestos, o jeito de ser... isso sim são atributos de verdade. Não sei se é o que toda mulher deseja, mas é o que eu, Princesa Taís, quero.
O príncipe ainda precisa ser um gentleman porque o romance nunca sai de moda e faz bem pro ego da gente ter alguém cavalheiro e educado ao nosso lado, que nos trate superbem e saiba conversar. Quem não adoraria sentir que é a princesa, a rainha da vida de alguém? Além de que, sair com um homem das cavernas (uga-buga) a tiracolo é dureza.
Agora entre 4 paredes, me desculpe, mas o fogo tem que esquentar! É preciso ser safadão, gostar de sexo, de pele, de muito beijo na boca. Ter a tal da pegada é saber ousar, ouvir o que a parceira deseja e realizar. É saber dosar, na medida certa, a força e o carinho, fazer sexo selvagem, mas também fazer amor. Homens e mulheres gostam dessa duplicidade de jeitos, de papéis. Cumplicidade na hora do sexo, falar e ser atendido é tudo que há!
A moral da história é a seguinte: precisamos dar uma bela atualizada em nossos contos de fadas, URGENTE! Essa é a grande verdade! Há muito que os príncipes e princesas encantadas de ontem já fazem parte do "Era uma vez...", ou seja, mudaram, são outros, não são mais os mesmos.
É preciso dar uma boa olhada no Espelho Mágico da vida de vez em quando e se perguntar:
"Quem sou eu hoje e o que eu realmente quero agora?" porque, de uma forma ou de outra, o felizes para sempre é algo que sempre continuaremos a buscar.  
TAÍS KRUGMANN
*Retirei daqui 




sábado, 10 de março de 2012

E o mundo vai dar voltas sobre voltas ao redor de si até toda memória dessa nossa estória se extinguir...




Tantas coisas que eu queria ter dito e nunca tive a oportunidade, oportunidade esta que a cada dia fica mais e mais distante...






 
 
Preciso fazer algo de errado. Nem que seja tomar coca-cola light. Tô muito certinha, tá me irritando!
 
Tati Bernardi
 
 



Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
O meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, que não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!

 





Mário de Andrade



 






Passei um tempo tão longo lustrando aquela falta com tanto olhar que perdi de vista 
a luz do que eu tinha. Ao me aproximar de novo, interessada,de cada presente, comecei
a redescobrir tesouros esquecidos, um a um.Coisas simples, muito simples, e
pra lá de valiosas, que o sentimento de míngua tem vez que afeta a percepção 
das preciosidades existentes.Ao me aproximar de novo, interessada, de cada presente, 
o que faltava continuou a faltar do mesmo jeito sincero, mas meu olhar já era bem diferente.



Ana Jácomo










Liga não, as pessoas são assim mesmo. Umas são o que são, outras fingem que são, algumas pensam que são, tem as que querem ser, as que não conseguem ser, as que precisam ser, as que cansaram de ser e as que vão ser... E tem muito mais, acredito. Mas a melhor de todas elas, são as que são e ainda nos fazem ser.



Diego Nunes









terça-feira, 6 de março de 2012

 
 
Anota num papel e cola na geladeira: 
 
-Desapegue dos detalhes
-Gargalhe
- Não se importe
-Seja egoísta
- Confie em você
-Não fique com medo antes que aconteça.
 
 
 **E sempre: cuidado com quem se importa de verdade.







Tati Bernardi






 

 


Belas Adormecidas e Príncipes Encantados. Brancas de Neve e Cinderelas. Fionas e Shreks. São os contos que guardamos em nossos corações, e por algum impulso que acredito ser natural, os procuramos. Queremos mergulhar em um conto-de-fadas, arco-íris, castelos e “felizes pra sempre”
O que as placas não avisam, é que essa procura está longe de ser um desenho da Disney.






A busca é como um filme do Tim Burton.


 
 
 
 
 
 
 *Retirei o texto, daqui,  desse lindo blog ;)
 
 
 
 
 
 




Quando eu tinha meus doze anos de idade, idealizei o maldito príncipe encantado. Comecei a vida adulta fazendo o mesmo. Vício é vício, e se você não se tratar a tempo, pode passar uma vida inteira com doze anos de idade.



Tati Bernardi












Eu mesma não entendo minha enormíssima paciência de ficar à toa, só pensando, pensando e sentindo.




Adélia Prado