segunda-feira, 27 de agosto de 2012





Coisas que não vão nunca precisar de retoque: as cerejas, as amoras,  os morangos, as framboesas e todas as frutas vermelhas. Estejam elas maduras ou não. Também são as frutas amarelas, as  laranjas e todas as cores do que brota do chão. Assim como o céu que é azul. E o céu de qualquer cor que será sempre irretocável. As estrelas, brilhantes sem retoque, ornamentos de perfeição. Irretocável é a beleza da chuva, assim como a da  neve branquinha e os raios de sol. Irretocável seja a energia vinda dos raios de sol.  Nada de retoques nos sorrisos nas crianças,  especialmente quando em estado de banguelas. Nenhum sorriso seja passível de retoque sob pena de alterar-lhe a expressão. Também os olhos sejam à prova de qualquer retocação. As mãos, os braços e os corpos também não, corpos que são templos acima de profanação. O fundo das almas não precisam que lhes toque, nelas reside a fonte de  vida que não conhece retoque. Irretocáveis sejam os beijos de amor verdadeiro, sejam os casamentos, e os sentimentos que contenham em si a pureza dos ventos que não se tocam. Nenhum retoque se faça às primeiras luzes de uma manhã, e sobretudo às noites que abrigam amantes. Que amar não seja coisa à se retocar. Seja o amor irretocável quando acrescido de paixão, verdade e tesão. Que os prazeres elegantes mantenham-se irretocáveis, e além disso, sejam multiplicados, ensinados e abraçados por seres de caráter irretocável. Irretocável seja o perdão, o amor de irmão e aquela eterna tarde de verão. Irretocável seja a emoção de um momento de oração e toda nobreza de um grande coração. Irretocável seja tudo que é amável, adorável e desejável. 


E para as coisas que precisam de retoque que tenhamos uma paciência original, à prova de desculpas, julgamentos e mãos prontas para retoques. Que a vida seja vista como dádiva e que para os casos e acasos equivocados tenhamos retoques de poder irretocável, aqueles que só fazem uso dos poderes transformadores do amor. Cabe somente á vida o poder da transformação.




Be Lins







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