terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dali pra frente ela brincou...


e com seu pó mágico ela fez o encanto. Nas máscaras coloridas é que ela não cai. Sabe a hora de tirar o time de campo. Principalmente quando sua fada madrinha [aquela que mora ao lado] a pega pelo braço e dá uns sacodes antes dela entrar pra guerra. E a benze com um galhinho de arruda e muito sal grosso que é pra tirar o mal-olhado - culpa do outro que tem fome de olhar. Mas aproveita cada segundo antes de hastear a bandeira num corpo que não é santo: É meu e ninguém tasca. No caminho do coração ela faz ziguezague. Depois, segue rindo, porque acha graça na própria arte que faz
E porque ela gosta assim mesmo, tudo de cabeça para baixo. Não importa que seja proibido. Se ela quer, ela mesma faz. E arrisca. Prova do prato até enjoar [o que demora um pouco, pois a tendência dela é gostar do amargo, não do doce].
Da vida ela quer de tudo. Aos montes e dumavez. Nem dá bola pros comentários maldosos [que são tantos]. Ela sabe que por dentro tem melhores intenções. E não quer sangrar ninguém, apesar de já ter sido ferida pelas mesmas pessoas que ela quer bem. Que nem borboleta em campo de algodão. Depois, quando as coisas pesam demais, e o coração tá quase virando pedra, ela voa com asas de marfim lá pras bandas do arco-íris, que é pra ganhar energia da terra. Fica sumida um tempo, até voltar colorida. Todainteira. 
Porque ela tem coragem pra levar a vida na raça. Mas uma vez. 
E outra e outra e sempre.


Cris Carvalho










 

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