segunda-feira, 11 de julho de 2011


-Fico pensando que deve haver uma espécie assim de espírito do que eu estou escrevendo que sai pela janela, eu deixo sempre a janela aberta quando escrevro para ele, depois voa sobre os telhados e atravessa as ruas da cidade e as paredes para chegar até onde ele está, percebe?

-E o que você faz com as cartas que escreve?

-Guardo. A sete chaves. Um dia talvez possa entregá-las pessoalmente.



Caio Fernando Abreu




* É, quem sabe um dia eu também não entregue minhas cartas...


 

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