terça-feira, 31 de maio de 2011



Ele gostava quando ela dizia: “sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você”. Ela gostava quando ele dizia: “gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo”, e de quando ele falava: “calma, você tá tensa, vem cá”, e a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, e dizia: “bobo, você não passa de um menino bobo”.


Caio F. Abreu




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