domingo, 2 de janeiro de 2011

Vi esse post em um blog lindo.... não resisti e então postei aqui:

ps.: não consequi postar com a mesma imagem.... :(





As dúvidas se diluíram e eu tive certeza: tratava-se realmente de um anjo.
Não se se arcanjo ou serafim, mas indubitavelmente, irreversivelmente, inconfundivelmente - um anjo. 
Olhei-o, então. Acreditei que o momento houvesse chegado, e olhei-o.
Confesso que esperava um sorriso ou qualquer outra manifestação dessas de afeto. Mas não houve nada disso.
Não pude sequer perceber se era moreno ou louro, castanho ou ruivo.
O que aconteceu foi apenas um clarão enorme e um ruído quase ensurdecedor de asas... como se diz mesmo?... ruflando, é isso: um ruído quase ensurdecedor de asas ruflando.
Em seguida saiu pela janela aberta, alcançou os galhos mais altos plátanos desfolhados e desapareceu.
Julguei ainda ouvir a voz dele dizendo que voltaria, mas não explicou quando.
Não sei também se disse isso por gentileza,
para me consolar, ou se realmente pretende voltar um dia.


(...)


Dentro de mim existe alguma coisa que espera a sua volta.


[Caio Fernando Abreu - Réquiem por um fugitivo]


Retirado daqui: Retalhos...

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